Monday, August 27, 2007

LAODISEMPRE

Laodicéia não foi, Laodicéia não será, Laodicéia é, e é sempre. Sempre existem pessoas-laodicéia, gente que se acha poderosa, rica, bela, visionária e que não percebe seus próprios limites. Sempre há também as instituições-laodicéia, organizações cheias e si mesmas, ensoberbadas, religiosas, idólatras e idolatrantes. Normalmente a segunda esta cheia da primeira. Triste quadro o de ser chamado de pobre, cego e nu. Mas triste ainda é não ver sua intima e pessoal pobreza, cegueira e nudez.

A igreja que estava em Laodicéia refletia apenas o seu meio social, nada mais que isso, pois aquela era uma cidade poderosa, situada no vale do rio Lico, na Ásia menor. Sua economia era volumosa e se mantinha principalmente pela produção de tecido negro decorrente dos rebanhos de ovelhas que ali eram criados. Os habitantes de Laodicéia orgulhavam-se de ser de onde eram. Ser natural de Laodicéia era estar perto de grandes operações financeiras, era estar junto à nobreza.

Portanto ser Laudicéia, seja pessoa ou instituição, é apenas ser igual, sistematizar-se, querer o que este século quer: fama, dinheiro, aplausos, números, resultados, mais números, uma imagem reconhecida entre a multidão. Coisinhas assim tão de hoje, tão de sempre.

Quando olhamos para Jesus e Seu Reino e descobrimos que para Ele o menor no Reino de Deus é maior que o maior homem nascido de mulher que a Terra conheceu, fica a certeza que Laodicéia é antônimo de Reino de Deus. Ser Igreja de Jesus não afina nunca com jeito laudicesco de viver e ver. Aliás, Laudicéia é cega e cegante, não enxerga pessoas e nem valores.

Nada mais me resta a comentar nestas linhas, prefiro deixar soar a voz o Mestre, revelando sua graça e amor em exortar Laodicéia. Ele admoesta e ama até quem lhe causa nojo.


Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. (Ap 4.18 e 19)

Saúde e Paz
Fabio Teixeira

4 comments:

Carlão said...

Precisamos estar sondando nossos corações sempre, para sabermos se estamos nos conformando com a opinião do mundo, ou se buscamos viver a vontade do pai, que é simplesmente o inverso da opinião do mundo.

Os homens de Laodicéia se achavam ricos e o Senhor os chamou de pobres, eles achavam que possuiam os melhores colírios e Ele os chamou de cegos, eles pensavam ter as melhores vestes e Ele os chamou de Nús.E hoje vemos a igreja com i minúsculo dando valor as mesmas coisas que Laodiceia dava. Se tenho dinheiro sou abençoado se não tenho estou em pecado, esta é a base teológica da igreja atual.

Este texto Pr Fábio nos leva a refletir sobre nossa real situação diante do Senhor, pois para quem ama ao Senhor somente a opinião Dele é que importa.Se o mundo me acha pobre, louvou ao Senhor pois sou rico da graça de Deus. Se me acham cego, também o louvo pois ele tem aberto os meus olhos espirituais. Se me chamam de nú eu exalto a Deus pois tem me dado vestes de louvor. A opinião do mundo ao meu respeito não importa o que realmente importa é a opinião do Pai, triste coisa é quando esta opinião é a do Senhor como foi o caso de Laodicéia.Que o Senhor nos ajude a permanecermos firmes diante da sedutora oferta de se conformar com este mundo.

Apaz!
Carlos

Anonymous said...

Os pastores estão abandonando seus postos, desviando-se para a direita e para esquerda, com frequência alarmante. Isso não quer dizer que estejam deixando a igreja e sendo contratados por alguma empresa. As congregações ainda pagam seus salários e continuam a subir ao púlpito domingo após domingo. Na verdade o que estão abandonando é o posto, o chamado. Prostituíram-se após outros deuses. Aquilo que fazem e alegam ser ministériopastoral não tem a menor relação com as atitudes dos pastores que fizeram história nos últimos vinte séculos.

Salvo raríssimas exceções, os pastoress se transformaram em um grupo de gerentes de lojas, sendo que os estabelecimentos comerciais que dirigem são as igrejas. As preocupações são as mesmas dos gerentes : como manter os clientes felizes, como atraí-los para que não corram para a loja concorrente, como embalar os produtos de forma que os consumidores gastem mais dinheiro com eles. Alguns pastores são ótimos gerentes, atraindo muitos consumidores, levando grandes somas em dinheiro e desenvolvendo excelente reputação. Ainda assim, o que fazem é gerenciar uma loja. Religiosa, mas, de toda forma, uma loja. Esses empreendedores têm a mente ocupada por estratégias semelhantes às de franquias de fast food e, quando dormem, sonham com sucesso que atraia a atenção da mídia.

Poucas coisas custam tão caro e estão tão valorizadas no Mercado quanto a solução do alívio instantâneo. E não são poucos os que estão capitalizando em cima dessa ferida aberta da sociedade. Até porque o alívio imediato e a solução instantânea possuem atrativos que nem se comparam a processos de transformação interior, geralmente longos e doloridos, porém, com frutos perenes.

Não tenho dúvidas: a fórmula para a manipulação das massas possui doses de ignorância, culpa, cobiça e desspero.

Me parece que a verdade bíblica é que não existem igrejas cheias de sucesso. Pelo contrário, o que há são comunidades de pecadores reunidos semana após semana perante Deus em cidades e vilarejos por todo o mundo. O Espírito Santo os reúne e trabalha neles. Nessas comunidades de pecadores, um é chamado pastor, que se torna respoensável por manter todos atentos a Deus. É esta responsabilidade que tem sido completamente abandonada. Hoje entendo o provérbio bíblico : maior é aquele que conquista a si mesmo do que aquele que consquista uma cidade (Pv 16:32).

Alexander

Anonymous said...

Olá Pr. Fábio Tx !

Ainda sobre este tema, vale dizer que para quem supervaloriza a expansão, a massa, o número e o coefixienete de arrecadação, a seriedade no acompanhamento pessoal pastoral e discipulador é deixada de lado. Ministérios institucionalizados não se preocupam em transformar vidas de dentro para fora, querem mesmo é consquistar o mundo e organizar uma sede internacional.

Ministérios institucionalizados se alimentam de desespero e conveniência. A volúpia expansionista do pregador, mesclado com a ganância e anecessidade do fiel, constitui a mistura exata para a elaboração e a divulgação de uma mensagem adocicada, irreal e fantasiosa.

Alexander

Fabio Teixeira said...

Alex...

Muito bom cometario. Desculpe-me não ter parado para um bate-papo mais caloroso ontém, eu estava realmente pssando mal e o esforço pra pregar foi grande.
Interessante é que acabo de postar um texto sobre "números" e isso ntes de ler teu comentário. Simples sintonia.
Abçs
Fabio