segunda-feira, março 19, 2012
ILUSIONISMO. Das mãos hábeis ao olhos tolos.
O Mágico comanda o show,
Picadeiro iluminado, a platéia na penumbra,
Muita gente pagou pra ver,
Pagou pra ser iludido, já que o que é não é o que se vislumbra,
Disso grande parte sabe, mas o show vale a pena.
Os olhos e as mentes são dele, do Mágico,
Senhor dos mistérios, sua obra é o iludir,
A música, a bruma, o cheiro, a lona, a luz tudo se soma e monta o cenário,
As mãos se movem rápido, os olhos se complicam,
Outras mãos agora aplaudem, saúdam sua pessoal incapacidade de discernir.
Neste instante o aplauso é coerente, mas pouco inocente,
Pagaram pra não saber,
- Aplaudamos quem nos cega!
Lindo espetáculo, triste visão quando o circo é a vida,
E o Mágico sou eu, é você, é o pai, o pastor, o líder, o patrão.
E o povo aplaude inculto, cego, tolo, manipulado,
A verdade é escondida, a platéia na penumbra,
O que importa é o valor, o ingresso, o preço da ilusão,
- Eu paguei, quero não ver!
O engano está nos fatos, estampados nos atos, nas cenas de um show que não vale a pena.
Pena? A pena é de morte,
Pra quem escolhe enganar,
A mesma pena esta posta diante dos que sabem, mas não querem saber,
Preferem o preço do ingresso, ver o show da ilusão do Mágico, do artista.
Os olhos tolos do iludido são as ferramentas de trabalho do ilusionista.
Fabio
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