Wednesday, August 20, 2008

NÃO QUERO TEU PLASIL


Serei direto. Tenho nojo daquilo que a maioria das pessoas chamam de evangelho. Só não direi que o uso do termo evangelho para designar certas mensagens, musicas, livros, reuniões, grupos, lideres etc é uma blasfêmia, um desrespeito, por que não sacralizarei o termo. Evangelho não é um termo sagrado, um verbete santo. Evangelho é mais que isso. Tenho direito a essas náuseas! E você também tem! Direito de discordar sem se sentir “tocando no ungido”, de discernir falácias sem estar julgando o inocente, de denunciar sem se ver descobrindo a nudez ou expondo as autoridades. Aliás, esses argumentos citados são apenas alguns dos punhais que castram mentes e cegam olhos. Gente sem direito ao pensamento perde o direito ao nojo ,tomando, garganta abaixo, o Plasil da enganação e do medo.

Quero me enojar mais ainda com o nojo santo. Nojo de quem não quer a religião, o sistema falido, mas quer a simplicidade libertadora do evangelho eterno.

Só o evangelho é remédio sem ser ópio do povo. É esperança sem enganação. É espera sem embromação. É riqueza sem dinheiro. É paz que alenta a alma. É perdão sem poréns.
É olhar pra fora e olhar pra dentro. É a coerência amorosa e violenta do estalar do chicote de Jesus no templo. O evangelho é Jesus, o verbo vivo.

É por causa do Evangelho que tenho nojo dos evangelhos.
E deste enjôo não quero sarar.

Em Cristo, saúde e paz.

Fabio

Monday, August 11, 2008

EU AINDA TENHO UMA FARDA - by Rosana

Gente amiga. Esse texto da Rosana Salgado tem em si muito do que vivo agora em tempo de batalha. É o segundo texto que posto aqui com uma perspectiva poético-militar da Verdade. O binômio "poesia e guerra" mostra que é possível ver beleza nas cenas disformes ques batalhas vida fazem surgir diante de nós. E é em Cristo que a beleza aparece.
Curtam o texto.
Fabio

PS: Mais texto de Rosana em www.ministeriomensagem.com, tem muita coisa boa lá.


Batalha ferrenha, muito barulho, muito estrondo.
Tropas aparelhadas para um confronto.
Ruídos que ensurdecem, que confundem.
Trazem a impressão de se estar num pesadelo.
O medo e a dor se fundem.
Num único sentimento, num único pensamento.

Vou morrer, não vou resitir, não vou escapar!!!
Sou atingido...em cheio, no meio do peito e o sangue jorra.
As forças se vão, caio no chão.
A dor é intensa, inexplicável, indescritível.
Nunca imaginada, pensei que nunca fosse acontecer.
Solidão, essa é a sensação - quem afinal me atingiu?
Ninguém pode parar, a batalha ainda está no ar.
E eu por lá fico, me vejo esvair, ir, aos poucos, pra algum lugar.

Quero ir pra esse lugar, meus olhos turvos, vêem que ele é melhor.
Sem guerra, sem batalha, e eu inteira, sem dor.
E, em meio a tudo isso alguém de mim se aproxima, alvo, claro, branco...
É o médico da tropa, penso - por favor, pratique eutanásia, me deixa ir.
Dói muito, não tem mais jeito.
E Ele retira de seus apetrechos, remédios estranhos, parecem sangue, que se mistura ao meu.
Sinto um véu nos cercando, nós ali, e a guerra lá fora.
Ele quase nada diz, sorri pra mim e me olha como quem fala:
- Eu sei que dói, já passei por isso, calma, não tenha medo.

E ali fico, no meio da batalha, mas fora dela, dentro de um véu.
Com o homem de branco, que não larga a minha mão.
Perco a noção do tempo, devido ao alívio da dor, pelo tratamento.
Que remédio é esse?! é sangue como o meu, mas está me curando e removendo a minha dor.
Sinto sono, vontade de dormir, sono bom, e o homem não larga a minha mão

E a batalha continua, penso: enfim serei retirada daqui,
devo ter perdido alguma parte de mim e não poderei mais lutar, devo estar mutilada:
O homem diz: - não, você ainda está inteira e ainda está vestindo a sua farda, apenas espere o tratamento acabar.
E Ele não larga a minha mão.